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Quiprocó
2023
Enquanto musicistas procedem à montagem de partes que se juntarão em forma de peças somente na sala de edição, Xavier Braun captura tal processo que parte do registro enquanto material de maneira mimética - um documentário que se volta à geração de pedaços que constantemente dissipam a sua cristalização em um todo, dando frontalidade a uma lógica combinatória, um eterno jogo de divisões, somas e re-posicionamentos. No outro lado da desta duplicidade, a composição abriga-se em um espaço caro ao cinema - tanto no seu momento contemporâneo quanto para suas origens: a encruzilhada em montar uma forma que suporte a univocidade do instante real - isto é, a passagem continua entre encaixar e documentar. Uma forma que se cristaliza através da captura da tatilidade imbricada em cada material acaba se percebendo no ato de criar uma espécie de biblioteca de sons que, somente retrospectivamente, forjará conexões mínimas que deem conta de manufaturar a auto-luminosidade de cada elemento. Aqui, a composição se torna o documentário de um som. O compor musical sendo regido pelo princípio da montagem e a edição centralizada na amplificação e sistematização do gesto, QUIPROCÓ tem como medula a trama que tranversa tanto o fazer do cinema quanto aquele da música: a formação do espaço da memória através da sucessão e justaposição de coisas no tempo.
00:14 - quem sou eu para supor que posso tornar estas águas turvas mais nítidas?
10:33 - mais alguns pequenos Giottos
21:08 - as aparências ao movimento dubitativo do fazer
28:52 - a distância entre interrupção e passagem talvez seja a mesma que aquela entre o olho e a boca
diretor de fotografia, editor: Xavier Braun
mixer de som: Bruno Cunha
operador de som: Pedro Menezes
compositor: Kino Lopes
violões, percussão, voz: Kino Lopes
saxofones: Daniel Pitta
percussões: Caio Fonseca
violino: Andrey Grego
voz: Andreia Lira
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